Escritores e Educadores são pilares do conhecimento e da estrutura social de um país. Em muitos são reconhecidos, valorizados e bem pagos. Apesar dos elogios notórios por sua verdadeira identidade básica para crescimento pessoal e social, há países em que a importância que lhes é dedicada é quase nenhuma, porque aos professores se coloca que professor é uma profissão de apostolado enquanto escrever é visto como vaidade e perda de tempo, o que se pode notar pelo abandono dos verdadeiros profissionais qualificados da educação para outras áreas e de escritores e artistas trabalhando em diversos setores para seu sustento pessoal, pois se fossem viver e sustentar famílias destas profissões, ou teriam subvidas ou passariam necessidades básicas.
"Todo trabalho dignifica o homem", bom quer dizer, trabalho, isso significa esforço e recompensa, trabalho e remuneração digna; e não qualquer forma de escravidão não coberta. Comecemos pelo nosso Brasil, que na falta de condições dignas de saúde e educação, gera uma mão-de-obra barata mas deficitária, que humilhada vai pingando de empregador a empregador, que por seu lado se desespera em não encontrar qualificação.
O Anafalbetismo Educacional, na última década, cresceu vertiginosamente na educação pública. O governo não quer que o professor se preocupe em permanecer mais algum tempo com o aluno com dificuldade de aprendizagem, nem mesmo se preocupa com essa aprendizagem. Quer erguer prédios, mas não quer pagar dignamente seus professores, alicerces da educação, embora os encha de elogios nas eleições. Para os organismos internacionais, são enviados dados de quantas pessoas tem acesso a diploma; e de longe alguns acreditam que o país cresce na formação e qualificação da classes de baixa renda gerando melhores oportunidades de vida e acesso a novas realidades; mas quando se vai conferir de perto percebem diplomas que não são documentos credibilizadores de uma formação básica aceitável, mas apenas de vários anos perdidos com uma escolaridade que, raros casos, nunca os permitirá uma boa colocação no mercado de trabalho; gerando subformados que, sem perspectiva, aceitarão subempregos ou entrarão para a marginalidade.
O progresso de um país se mede pelo cuidado que tem com sua educação e sua cultura. Bom, em se tratando de cultura, a coisa piora. Todo mundo vê no escritor, no artista plástico, no cantor, no ator e nas mais variadas formas alguém que pode atuar de graça ou fazer baratinho porque não são vistos como profissionais, mas como pessoas que tem um hobbie, uma vaidade, de tal forma essa marca se alojou em nosso país que muitos também se acreditam assim. São poucos os que insistem que chegam ao reconhecimento e com isso à profissionalização.
Estou pensando se não é o caso de propormos uma Lei específica para os escritores e literatos. Ando rascunhando alguma coisa. Assim que estiver pronto, coloco para a leitura e devidas atualizações norteadas por comentários pertinentes dos nossos membros - e recolhimento das assinaturas, única forma pela qual civis podem colocar uma lei em votação.
A verdade é que o escritor imprime a história nacional nas páginas de seus livros enquanto os professores entre esses e outros saberes passam aos seus alunos parte da bagagem que os vão sustentar nos seus passos individuais. Assim deveria ser...
Educadora, tradutora, escritora, filóloga e agente sócio-cultural brasileira
Visite Mural dos Escritores em: http://muraldosescritores.ning.com/?xg_source=msg_mes_network
Renata Rimet
imagem:http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/lgtomdeamor.musicblog.com.br/images/gd/1236098642/
Esta semana recebi carta de uma educadora com anos de trabalho, fui às lágrimas ao perceber sua angústia ao perder "os meninos" para drogas, prostituição, violência e outras variáveis que os afastam dos sonhos de "quando eu crescer" e destroem a esperança do mestre em vê-los retornando, adultos formados para uma singela visita...é doloroso; "Todo trabalho dignifica o homem" , porém os alicerces da educação desmoronam sem que necessário se façam os terremotos naturais...confio em você, acredito na força das palavras e vou aguardar seus rascunhos, uma ação popular é o que esta faltando mesmo.
ResponderExcluirRenata Rimet
"as como pessoas que tem um hobbie, uma vaidade, de tal forma essa marca se alojou em nosso país que muitos também se acreditam assim. "
ResponderExcluirDevo confessar que amiúde me sinto assim.
Parabéns pelo texto. E sou inteiramente a favor da profissionalização dos escritores.
Oi, Renata. Muito legal o seu blog. Passei para conhecer e para agradecer a visita e o comentário lá no Consoantes Reticentes. Um beijo pra você, vamos nos falando.
ResponderExcluirAdorei receber teu convite e estar aqui por estes instantes mágicos.
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